Menstruação dolorosa, cólica menstrual ou dismenorréia é a dor pélvica (baixo ventre) que ocorre antes ou durante o período menstrual, de modo cíclico. Menstruação dolorosa que impede as atividades normais ou necessita de medicação específica.
Como se desenvolve?
A dismenorréia pode ser primária ou secundária, de acordo com a presença ou não de alterações estruturais do aparelho reprodutivo feminino.
A dismenorréia primária é a menstruação dolorosa na ausência de lesões nos órgãos pélvicos. Geralmente, acompanha os ciclos menstruais normais e ocorre logo após as primeiras menstruações, cessando ou diminuindo de intensidade em torno dos 20 e poucos anos ou com a gravidez. É devida ao aumento da produção de algumas substâncias pelo útero chamadas de prostaglandinas, que promovem contrações uterinas dolorosas.
A dismenorréia secundária está associada a alterações do sistema reprodutivo, como endometriose, miomas uterinos, infecção pélvica, anormalidades congênitas da anatomia do útero ou da vagina, uso de DIU (dispositivo intra-uterino) como método anticoncepcional, entre outras. Comumente ocorre após dois anos da menarca (primeira menstruação).
O que se sente?
A dor pode ser branda, causando cólica, desconforto, sensação de peso no ventre ou nas costas. A dor pode ser moderada, causando, além do desconforto, sensação de mal-estar, diarréia e dor de cabeça. Também pode ser muito forte, incapacitando a mulher de realizar suas atividades, durando de dois a sete dias e sendo acompanhada de transtorno gastrointestinal inclusive com vômitos, dor referida nas costas, nas coxas e cefaléia.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico baseado, principalmente, na história e no exame físico e ginecológico, necessitando, algumas vezes, de exames complementares que excluam outras causas de dor, tais como dosagens hormonais, ecografia transvaginal e laparoscopia, quando não há melhora com ACO + AINE.
Como se trata?
O tratamento da dismenorréia primária inclui o uso de medicações da classe dos antiinflamatórios: os AINE (antiinflamatórios não esteróides) tomados um pouco antes e durante toda a menstruação que bloqueiam a produção das prostaglandinas. Também são usados anticoncepcionais, em uso contínuo ou cíclico, pois o ciclo anovulatório é geralmente menos doloroso. É recomendada uma dieta com menos gordura animal, laticínios e ovos, insistindo na ingestão de vegetais, sementes cruas e nozes. O exercício físico moderado e regular e medidas gerais, como bolsa de água quente, banho morno e massagens relaxantes auxiliam no alívio da dor.
O tratamento da dismenorréia secundária é avaliado conforme cada caso.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Tenho muitas cólicas desde que tive minha primeira menstruação há 2 anos, sempre será assim?
Menstruo há mais de 15 anos e só agora comecei a ter cólicas menstruais, isto é normal?
Existe tratamento para as cólicas menstruais?
Todas as mulheres têm dor durante a menstruação?
Qual a diferença entre cólica menstrual e a cólica causada pela presença de endometriose?
Devo usar anticoncepcional via oral junto aos antiinflamatórios não esteróides para tratar minha cólica menstrual?
Fazer exercícios físicos é bom para as cólicas?
Colocar calor no local (bolsa de água quente) alivia a cólica menstrual?dor na relação sexual
A dor que ocorre durante a relação sexual tem, na maioria das vezes, causas orgânicas. Os fatores psicológicos também podem estar envolvidos. Nesses casos, pode haver associação com trauma sexual prévio, sentimentos de culpa ou atitudes negativas em relação ao sexo.
O exame físico minucioso, com identificação das áreas dolorosas, inspeção detalhada para verificar alterações da anatomia e a presença ou não de lesões vulvares, na maioria das vezes, demonstra a causa. Devemos atentar para causas que podem diminuir a lubrificação vaginal e causar atrofia vulvovaginal, como a menopausa ou o uso de alguns medicamentos.
Infecções vulvares, vaginais, doença inflamatória pélvica, endometriose, retroversão uterina, miomatose, patologias dos anexos (ovários e trompas), aderências pélvicas ou doenças do trato urinário também provocam dor na relação sexual.
O tratamento deve ser direcionado para a causa do problema